Dizer que o meu cabelo não tem qualquer tipo de química é mentir descaradamente: já o pintei demasiadas vezes para dizer que o meu cabelo é virgem. Mas, neste caso em concreto quando me refiro ao meu cabelo como um cabelo livre de química refiro me às químicas utilizadas para domar e alisar os caracóis. Em dezoito anos de vida, nunca fiz algum tratamento para ter o cabelo liso: ou seja, nada de progressivas, relaxamento, cremes desfrizantes ou qualquer outra fórmula que haja no mercado. No máximo, experimentei gamas de shampoos e condicionadores milagrosos que prometiam diminuir o frizz e manter o cabelo liso durante um determinado período de tempo (após se ativar o tratamento através do calor com utilização de secador ou um alisador) mas mesmo que usasse o cabelo liso durante um ou dois dias, depois do lavar voltava a ter os meus caracóis.
E apesar de ter sempre mantido o meu cabelo encaracolado, ao ver os trabalhos de youtubers brasileiras que entraram em fase de transição (como a Bruna Vieira do Depois dos Quinze, a Ana Lídia Lopes do Apenas Ana ou a Rayza Nicassio) percebi que eu era uma falsa cacheada. Isto é: eu usava o meu cabelo encaracolado na maior parte dos dias, tirando o facto de alisar a franja, não tinha as pontas lisas por causa de qualquer tipo de química mas, no meu interior EU NÃO GOSTAVA DO MEU CABELO ENCARACOLADO E NÃO O ASSUMIA REALMENTE. Inclusive, desejava ter o cabelo bem lisinho, como o da população asiática, sem qualquer tipo de frizz.
Por esse motivo, tive de adaptar o processo de transição capilar à minha situação em concreto: não era o cabelo que tinha perdido a definição dos caracóis e que precisava de voltar à sua textura original, era eu mesma que tinha de me conformar com o meu tipo de cabelo. Aprender a amar me como sou e descobrir as formas corretas de cuidar dos meus caracóis para eles serem ainda mais bonitos, terem ainda mais personalidade e refletirem aquilo que eu sou, não apenas as minhas origens (nas quais tenho muito orgulho #AfricaSempre).
Estou finalmente a fechar as portas à ditadura do liso e inclusivo estou a deixar crescer a minha franja [que sempre adorei e fiz por vontade própria] para deixar de ser escrava da chapinha.
1 Comentários
Achei muito interessante :)
ResponderEliminarGostei do blog, beijinhos
http://in-dianag.blogspot.pt/