MORENO | Há


Há vidas mais fáceis do que a minha. Há, muitas, eu sei, conheço-as! Mas só é duro até nos habituarmos. Encolhe-se os ombros e pronto. Estou mais dura do que era, muito mais dura. Tenho-me ouvido dizer coisas que nunca achei possível, tenho feito coisas que achei não conseguiria, mas o que se acha um dia na vida muda e acabamos por aguentar e fazer o que temos de fazer quando a situação de apresenta. Dou por mim a dar conselhos a minha mãe, 20 anos mais velha do que eu, porque ela nunca tinha passado por isto. Sorte dela. Tem perto dos 40 anos de, pela primeira vez, tomar decisões relativamente ao pai e sente-se perdida. Alterar as cadeias de decisão não é fácil. Sempre foi uma pessoa a mandar a outra a obedecer. Mas isso é até ao dia, até ao dia em que temos de tomar decisões como se os nossos pais fossem nossos filhos. E eles choram e dizem que não querem e nós olhamos para eles e fazemos o que tem de ser feito, para os proteger deles mesmos.

É como eu digo. Há vidas bem mais fáceis que a minha, mas também há vidas piores e no meio desta confusão geral, agradeço tudo. O bom que me dá apoio durante esta tempestade que teima em não acabar, e o mau que me faz crescer e ser cada vez mais resistente.

Queria muito que alguma coisa aliviasse e se resolvesse, sim ou sopas sem situações temporárias. Infelizmente não há soluções permanentes, não se resolve nada para a vida...

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